28 DE OUTUBRO DE 2025. COMPLEXO DA PENHA E DO ALEMÃO.
A manchete ainda não saiu dos jornais — e nem da boca do povo. Mas já virou poesia. Já virou pintura. Já virou memória.
POESIA & PINTURA
Enquanto a TV transformava tudo em números
e sensacionalismo, Vicente Pessôa subia o morro com papel e caneta. Rodrigo Yudi Honda segurava o pincel…. e enquanto cartucho ainda estava no chão o livro já estava pronto.
Quem ouviu tudo. Quem viu tudo.
E não saiu no jornal.
A sombra do caveirão
Deitava sobre a calçada
Num dia qualquer de outubro
No meio da madrugada.
Se o morro sonhava em paz,
A guerra já estava armada.
SOBRE OS VERSOS
O poema atravessa um dia inteiro da operação policial em 6 atos: Manhã, Tarde, Noite, Madrugada, Amanhã, Agora é Tarde.
A forma é simples, musical, direta; o conteúdo é extremo: caveirão, helicóptero, fumaça, sangue, discursos oficiais, #hashtags, silêncio dos mortos.
Esse contraste é a força do livro. A poesia usa uma dicção tradicional para contar uma tragédia moderna — e o efeito é de epopeia: o morro vira palco mítico, onde a morte é repetição e onde a memória insiste em permanecer.
Morro combina cordel, crônica, reportagem, canto e elegia. É ao mesmo tempo canto popular, documento e lamento: uma tentativa de registrar o que o noticiário apaga e o que o país repete todos os dias.
Poeta, artista visual e designer.
Sua escrita nasce no calor dos acontecimentos —um documento vivo do Brasil enquanto a história ainda acontece.
Vicente combina rigor formal, métrica popular e olhar documental para transformar acontecimentos reais em memória literária.
Pintor e ilustrador, considerado um dos grandes nomes da pintura brasileira contemporânea.
Formado pela FAUUSP, desenvolveu uma linguagem marcada pelo realismo minucioso, pela atenção ao cotidiano e pela capacidade de transformar o banal em imagem carregada de atmosfera, tensão e beleza.
POR DENTRO DO MORRO
A sombra do caveirão
Deitava sobre a calçada
Num dia qualquer de outubro
No meio da madrugada.
Cai o sol feito porrete,
Corta o ar, quebra o cimento.
Ferro quente revirado,
Sangue, fúria e sofrimento.
Na TV, toca a vinheta.
Entra o âncora no ar.
Diz que é tudo muito grave,
Mas que a Globo vai mostrar:
“Compromisso com a Verdade
Sempre em primeiro lugar.
Na turva mata murmura
Um sopro surdo e febril.
No escuro, o vulto dos corpos
Cobre o chão fúnebre e vil.
Sai o sol de trás do morro,
Quando a noite se esvazia.
Cinquenta corpos dispostos
Em forma de poesia.
Morreremos amanhã
sem saber que dia é hoje.
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